A guerra pela Uber - Resenha crítica - Mike Isaac
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A guerra pela Uber - resenha crítica

A guerra pela Uber Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
Gestão & Liderança

Este microbook é uma resenha crítica da obra: Super pumped - The battle for Uber

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-85-5100-621-4

Editora: Intrínseca

Resenha crítica

A criação de um fundador

Havia uma tradição peculiar na Uber. De tempos em tempos, o CEO Travis Kalanick levava sua equipe para viajar pelo mundo. Isso ocorria sempre que se atingiam metas de crescimento. Essas comemorações eram bancadas por bilhões de dólares vindos de investidores.

O objetivo era estimular o trabalho e aproximar os funcionários, deixando-os permanentemente engajados. Por outro lado, também eram o pretexto para que o executivo e seus empregados curtissem orgias em cantos afastados do mundo. 

Em 2013, por exemplo, uma festa de arromba aconteceu em Miami para comemorar o marco de 1 bilhão de dólares em faturamento bruto com corridas. Tempos depois, o plano era fazer uma comemoração em Las Vegas. E essa é só uma das tantas práticas controversas de seu fundador.

Nascido em 6 de agosto de 1976 no Hospital de Northridge, Travis Cordell Kalanick é filho de Donald e Bonnie Kalanick, um casal branco típico da classe média. Cresceu com uma vida confortável na Califórnia, morando em uma casa comprada com o salário de engenheiro civil do pai. 

Chegar ao cargo máximo de uma das principais empresas de transporte particular do mundo não estava em seus planos, por mais que fosse determinado desde os primeiros anos de vida. Para isso, sentiu a necessidade de abrir caminho à força, passando por cima da legislação de cidades que pretendiam regular o aplicativo, além dos sócios que discordavam de suas estratégias e ideias. 

Com o passar do tempo, Travis Kalanick demonstrou ser mais implacável que sua pacata vida californiana fazia parecer. 

Uma nova economia

Nos primeiros anos da década de 2000, bancos estadunidenses aprovaram financiamentos de alto risco para que pessoas comprassem seu primeiro imóvel. O resultado, todo mundo sabe, foi a grave crise financeira que chocou o mundo a partir de 2008. Demorou muito tempo para o país se recuperar da quebradeira geral. 

E se é verdade que em cada dificuldade sempre surge uma nova oportunidade, o colapso financeiro foi benéfico para o Vale do Silício. Afinal, foi naquela época que surgiu uma nova geração de empreendedores, que tinham uma grande noção de como transformar o poder da internet em um negócio rentável. 

É a partir dessa época que surgem os embriões da internet como a conhecemos atualmente, tendo as redes sociais pautando a maioria dos debates e desenvolvendo aplicativos que revolucionaram a nossa forma de consumir e enxergar o mundo.

Foi também naquele período que foi criado o Amazon Web Services, o AWS, modificando completamente o cenário das startups. Afinal, esse serviço abastecia informações em nuvem, ampliando as possibilidades de programadores e empreendedores. 

Nessa época, Travis Kalanick começou a atuar em uma pequena startup, pouco antes do surgimento dos apps que permitiam a interação entre dispositivos diferentes entre si, um passo fundamental que estaria no centro da ideia do que veio a se tornar a Uber. Uma nova economia estava se criando e ele tiraria proveito disso.

Criando

Montar uma startup é uma tarefa muito difícil. Afinal, para criar um software eficiente, é preciso convencer engenheiros, profissionais de marketing e vendedores a trabalharem com uma equipe reduzida, abrindo mão de tantos benefícios que só uma empresa tradicional tem a oferecer. E não existe nenhuma garantia de sucesso. 

Em meio ao contexto de revolução tecnológica, o funcionamento lícito do Airbnb fez acender a ideia de apostar em uma plataforma de compartilhamento de caronas. Imaginar a possibilidade de cidadãos comuns transportando outras pessoas pelas cidades parecia completamente descabido. 

A ideia original partiu de Garrett Camp, que se juntou a Travis Kalanick nessa empreitada. Ambos alimentavam a necessidade de desestabilizar a indústria de táxis e os empregos formais de motoristas para que pudessem levar seu aplicativo adiante de forma bem-sucedida. 

Chegaram a anunciar no Twitter, em 2010, a busca por gerentes de produtos e desenvolvedores para que pudessem trabalhar diariamente no produto que poderia revolucionar o transporte nas grandes cidades. Foi por meio desse tweet que Ryan Graves se ofereceu para começar um estágio aos 26 anos, antes de impulsionar o crescimento daquela nova ideia. 

Para Kalanick, empreendedores mereciam todos os aplausos recebidos por suas criações. Afinal, passavam todos os dias atarefados para fazer sua empresa dar certo, enquanto investidores de risco se aventuravam e lucravam com uma criação que não lhes pertencia. 

Se a jovem Uber falisse, nada recairia sobre o investidor. Seriam Kalanick e sua equipe as vítimas do impacto. Por isso, para o criador do aplicativo, era necessário estar pronto para travar guerras para defender seu produto. 

Crescimento

Agora que passamos da metade deste microbook, trazemos um lema que rege a vida de praticamente todos os empreendedores no Vale do Silício: crescer ou morrer.

Assim que entregam suas cartas de intenções aos investidores, eles juram lutar com todas as forças para manter sua startup viva e aumentar de tamanho exponencialmente. Esse também era o mantra de Kalanick. 

Diariamente, ele abria seu MacBook e conferia relatórios de progresso de seus oficiais em campo. Monitorava usuários novos em cada cidade. Conferia os  números, acompanhava os novos recursos desenvolvidos para o aplicativo e vislumbrava a Uber como a maior empresa de logística do planeta. Costumava chamá-la de Amazon turbinada. 

Com o passar do tempo, os critérios para se tornar motorista da Uber foram se afrouxando, permitindo maior competitividade contra outros aplicativos similares que surgiram na mesma época. 

Conquistando cada vez mais poder, Kalanick também se transformava. Suas ideias iam se multiplicando, algumas inovadoras e outras com o intuito de driblar legislações para se expandir por outros países. Havia uma cultura agressiva e pedante, trabalhando até mesmo para que fiscais e autoridades locais não pudessem monitorar as atividades da empresa. 

Kalanick manobrou até para ocultar de seus inimigos os motoristas que estavam circulando pela cidade quando baixavam o aplicativo, por meio de um filtro exclusivo para enganar pessoas selecionadas a dedo. 

Para ele, tudo isso se fazia necessário até o estabelecimento pleno da Uber em uma nova cidade. 

Convidado a se retirar

A Uber não chegou ao topo das plataformas de transporte individual sem abrir mão de práticas questionáveis. Uma delas era a chamada Hell, em que a empresa usava dados dos motoristas que também trabalhavam para empresas concorrentes. A partir daí, era feito um mapeamento para minar estratégias e copiar iniciativas para dominar o mercado. 

Evidentemente, nem todos os funcionários e acionistas concordavam com as atitudes de Kalanick. E assim, ele foi criando inimigos internos e externos. Entre suas práticas, estava a centralização de decisões, além da criação de mecanismos para não dar satisfações aos sócios. 

Com o passar do tempo, o fundador da Uber se permitia não prestar informações sobre o gasto do dinheiro de investidores. O empreendedor desenvolveu um algoritmo para determinar o menor salário possível ao fazer uma proposta para um novo funcionário. 

Fora isso, também destratava colaboradores de maneira pública, não se importava com a remuneração dos motoristas e ainda tinha atitudes claramente misóginas dentro da empresa que criou. Era visto como alguém incontrolável e intragável. 

Em uma reunião em meados de junho de 2017, Travis Kalanick se viu vencido diante de uma votação que determinou seu afastamento da empresa que ele próprio criou. Era a concretização de um jogo de xadrez que consumiu muitos meses. Kalanick perdeu o poder de CEO da Uber como consequência direta por suas próprias atitudes condenáveis. 

Derrubado, mas nunca nocauteado

Um dia depois de ter sido deposto como CEO da Uber, Travis Kalanick não se deu por vencido. Pegou um avião logo cedo para sua casa na Califórnia, pois precisava de um tempo para pensar no que faria a partir dali.

A imprensa não o deixava em paz, especialmente porque ele também enfrentava o luto pela morte da mãe, vítima de um acidente de barco. Se qualquer pessoa comum buscasse um pouco de paz nesse momento, esse homem com ânsia incansável de exercer poder até admitia a derrota, mas queria pensar quais passos seriam dados dali em diante. 

Ele ainda tinha muita energia e persistência, mas não tinha a menor ideia de como e para onde direcioná-las a partir de então. Kalanick embarcou em um avião para a Polinésia Francesa e por lá se recuperou durante uma semana aproveitando a vida em um iate. 

Para completar a derrocada, alguns detalhes de sua expulsão da Uber haviam sido vazados em uma reportagem do jornal mais famoso do mundo, o The New York Times. A sensação era de humilhação completa. 

Mesmo sentindo aquele furacão desestabilizando sua vida, Travis Kalanick só pensava em voltar para casa e recomeçar tudo, mesmo que para isso tivesse que trabalhar incansavelmente, tanto quanto nos primórdios da Uber. Afinal, empreendedores não conseguem ficar parados, mesmo depois de um revés. 

Notas finais 

Toda história de sucesso tem seus momentos controversos. Com a Uber, não seria diferente. É curioso pensar que, para se consolidar como a principal plataforma para solicitação de transporte individual, a empresa recorreu a práticas predatórias, questionáveis e nocivas ao mercado, por meio de seu fundador. Se ele perdeu o posto de principal comandante da própria criação, não foi à toa. Traições, surtos de autoritarismo e perseguições à concorrência não costumam acabar bem. E, por mais que essa seja uma grande lição de inovação tecnológica, também é uma história que traz o lado sombrio que as grandes corporações tentam esconder.

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